segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Corda Crua: forró e baião para celebrar casamento

Quase no fundo da pista de dança, a aposentada Terezinha Ferreira, 59, caia no forró de sorriso aberto. "Hoje eu danço muito melhor do que na minha juventude!", avaliou Terezinha, no Polo Club Bar, nesta sexta (3).

Para ela, que curtia o som do grupo Corda Crua, a noite só ficaria melhor se ela encontrasse, por ali, um par para acompanhá-la no famoso dois para cá e dois para lá. "A casa noturna poderia contratar uns garotos bem cheirosos para dançar com a gente", sugeriu.

A noite, para ela, era de festa. Afinal, saiu de Curitiba e encarou a balada no Polo Club, apenas para celebrar o casamento de seu sobrinho, o professor Luciano Ferreira, 31, com a jornalista Fernanda Boni, 31. Ao contrário de sua tia, Luciano, o novo marido, não arriscava qualquer dancinha. "Sou um péssimo dançarino", confessou.

Se ele estava longe de encarnar um Mikhail Baryshnikov do sertão, não foi apenas por falta de talento. Ao seu lado, a esposa Fernanda acompanhava a performance do grupo maringaense confortavelmente sentada num dos camarotes da casa.

Grávida de 4 meses, Fernanda teve uma sexta inesquecível. "Além da nossa festa em família ter sido hoje, foi exatamente hoje que contei aos meus parentes a novidade de que estou grávida de uma menina", disse.

Nesse clima de festa de casamento, com crianças nas barrigas e simpáticas aposentadas bailando ao som do forró pé de serra, o grupo maringaense Corda Crua não desapontou.

Quem planejou dançar a noite inteira, pôde realizar seu desejo. Bem afinados e ensaiados, o quarteto mandou clássicos como "Asa Branca" e "Carcará", e ainda sacou da manga uma versão aforrozada de "Sina". Como resultado final, cada um saiu à procura de um par. Ninguém resistiu a um baião bem executado.

Corda Crua toca Dominguinhos e Luiz Gonzaga

Por Alexandre Gaioto
02/09/2010 às 17:43

Com seus chapéus de couro, eles mais parecem desertores do bando de Lampião. Sem nenhuma Maria Bonita no grupo, os cangaceiros maringaenses do Corda Crua trazem um pouco do Nordeste para a pista de dança do Polo Club Bar, nesta sexta (3). Para todo mundo dançar, os maringaenses não investem apenas no forró cabra da peste.

"A gente passa pelo xote, baião, xaxado, somos uma banda de forró pé de serra!", define o violonista Thiago João.

O bando, que completou um ano de existência em 2010, ainda é formado pelos baianos bastardos Thalison Picinatto (sanfona), João Guilherme (Zabumba e voz) e Hector Bacarji (triângulo e percussão).

Para esse show no Polo Club Bar, uma novidade no repertório. Eles vão mostrar em público, pela primeira vez, sua versão para o clássico de João do Valle, "Carcará", imortalizado na voz de Maria Bethânia.

"Nosso show é bem dançante. É uma opção para as pessoas que gostam de dançar, mas não apreciam o sertanejo universitário", explica João.

O curioso, nas apresentações do Corda Crua, é a aprovação geral do público. "Mesmo quem gosta de rock and roll, blues e heavy metal também curte o nosso som raiz", comenta o músico.

A completa ausência de uma banda de forró genuíno, em Maringá, foi um dos principais fatores que motivaram os amigos a formar o grupo. Ao mesmo tempo, eles puderam se dedicar exclusivamente ao som que os comove.

"A gente gosta das letras fortes que retratam a vida do povo nordestino, sua dureza, além da harmonia do forró, que é bem dançante", comenta. No roteiro do Corda Crua, Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Zé Ramalho, Chico César e Alceu Valença prometem uma noite pra lá de arretada.

Local:

Polo Club Bar

Horário:

3 de setembro às 23h

Preço:

R$15 (feminino) e R$20 (masculino), ambos com R$5 de consumação. Para pagar esse preço, é preciso retirar o bônus na casa noturna em horário comercial.